sábado, 6 de julho de 2013

Desnudo

Desnudo-me agora,
senhora.
Devora-me as cordas
vocais!
Em muitos quintais,
inconsútil,
Revelo meu canto
inútil.
Degusta-me assim
pelo ar,
Deixando embrenhar-se
no ouvido
Palavras e sons,
sentidos,
Que estourem num outro
lugar.
Deslizo-me lento
e afável
Domando meus erros
em versos.
Lascivo, possesso,
Inefável.
E abraso teu corpo
imerso.

Joedson Silva
Petrolina, 05 de julho de 2013.
*Texto criado para abertura da intervenção musical "Desnudo", realizada durante o projeto Poesia no Quintal de Ana, do Sesc Petrolina e posteriormente transformado em música, com arranjo de Moésio Belfort. No mesmo ano, a música ficou classificada entre as 24 músicas selecionadas para concorrer no Festival Edésio Santos da Canção, na cidade de Juazeiro-BA.