quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Oscila



 Quando cresce em mim o desejo
De mover o chão do meu lugar,
Quando vem assim, é quase certo:
O incerto há de virar!

Esta verve que me ferve o sangue
É aquela que revira o estômago,
Aquela que não dá minha paz
Quando fica dentro e nunca sai.

Sei que ainda vou descobrir
Onde foi que me perdi
Para reencontrar quem fui
E seguir no trilho do meu trem.

Poeta recolhido.
Poema represado.
Letra que não rima.
Em poesia, devastado.

Oscila no silêncio
Seguro que o caminho
É certo, quando é seu!

Joedson Silva
São Francisco do Conde, 12 de agosto de 2017.

Aliviar em Poesia

Lindo e denso.

Aquilo que é poesia
Condensa os fios de vida
E transfaz o feito!

Sempre têm dias que há!
E quando não há,
Tudo está em paz.

Isso pesa,
Mas esse isso,
Que também é aquele aquilo,

Alivia!


Joedson Silva
 
São Francisco do Conde-BA, 16 de agosto de 2017.


*****
(Inspirado a partir de outro poema, de Claudia Barral, postado nas redes sociais nesse mesmo dia. Confira abaixo!)

Tem dias que a poesia vira a cara
e, ingrata, nega a rima que nos falta.
Tem dias que a poesia mostra a face oculta
e, dura, subtrai o verbo que nos cura.
Tem dias que há poesia.
(Claudia Barral)

Fios de Tempo



Numa curva do rio,
Quando o Sol se pôs:
O silêncio e nós dois

A brilhar
Sem a pressa de viver
O agora ou depois.

Tecendo em águas
Os fios de tempo
E as cores do anoitecer.

Há um tempo que chega.
Que devora, evapora.
Num lampejo, um segundo,
Faz curar todo mal que ficou.

A distância surgiu,
Nosso sol se foi.
Foi silêncio em nós dois

A trilhar,
Sem certezas, sem saber,
Do agora ou depois.

Partindo as águas,
Que os fios de tempo
Teceram ao escurecer.

Há um passo que chega.
Que devora, evapora.
Num lampejo, um segundo,
Faz lembrar todo bem que ficou.


Joedson Silva

Petrolina-PE/São Francisco do Conde-BA, entre janeiro e junho de 2017.